Catavento E Girassol

Sergio Mendes
Sergio Mendes
Encanto
Catavento E Girassol
Meu catavento tem dentro
O que h탡 do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido
Eu te pedi sustenido
E voc탪 riu bemol
Voc탪 s탳 pensa no espa탧o
Eu exigi dura탧탣o
Eu sou um gato de sub탺rbio
Voc탪 탩 litor탢nea
Quando eu respeito os sinais
Vejo voc탪 de patins
Vindo na contra-m탣o
Mas, quando ataco de macho
Voc탪 se faz de capacho
E 탣o quer confus탣o
Nenhum dos dois se entrega
N탳s 탣o ouvimos conselho:
Eu sou voc탪 que se vai
No sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro
E voc탪 vive no vento do Arpoador
Eu tenho um jeito arredio
E voc탪 탩 expansiva
(o inseto e a flor)
Um torce pra Mia Farrow
O outro 탩 Woody Allen...
Quando assovio uma seresta
Voc탪 dan탧a, havaiana
Eu vou de t탪nis e jeans
Encontro voc탪 demais:
Scarpin, soir탩e
Quando o pau quebra na esquina
Voc탪 ataca de fina
E me oferece em ingl탪s:
íƒ"° fuck you, bate-bronha
E ningu탩m mete o bedelho:
Voc탪 sou eu que me vou
No sumidouro do espelho
A paz 탩 feita no motel
De alma lavada e passada
Pra descobrir logo depois
Que 탣o serviu pra nada
Nos dias de carnaval
Aumentam os desenganos:
Voc탪 vai pra Parati
E eu pro Cacique de Ramos
Meu catavento tem dentro
O vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora
O escondido do Engenho de Dentro da flor
Eu sinto muita saudade
Voc탪 탩 contempor탢nea
Eu penso em tudo quanto fa탧o
Voc탪 탩 t탣o espont탢nea!
Sei que um depende do outro
S탳 pra ser diferente
Pra se completar
Sei que um se afasta do outro
No sufoco somente pra se aproximar
C탪 tem um jeito verde de ser
E eu sou mais vermelho
Mas os dois juntos se v탣o
No sumidouro do espelho