De tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes É de quem ão tem mais nada Dá-se assim desde menina Atrás do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato E também vai amiúde E as viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade
Ela é feita pra apanhar Ela dá pra qualquer um
Entre as nuvens, flutuante Pairou sobre os edifícios Abriu dois mil orifícios Pronta pra virar geléia Dizendo - Mudei de idéia - Tanto horror e iniqüidade - Mas posso evitar o drama
Mas ão pode ser Geni Ela é feita pra apanhar Ela dá pra qualquer um
Tão coitada e tão singela O guerreiro tão vistoso Tão temido e poderoso - e isso era segredo dela Também tinha seus caprichos Tão cheirando a brilho e a cobre Foi beijar a sua mão O bispo de olhos vermelhos
Você pode nos salvar Você vai nos redimir Você dá pra qualquer um