Voyeur

Gal Costa
Voyeur,
Eu vou seguindo vocíª,
Na sua dança, na sua leveza;
Estender
Meus olhos sobre vocíª,
E assim vou descobrindo a beleza;
Colher,
No meu cantinho de terra,
A flor que nasceu por vocíª.
Vem ver
Meu coração bater por vocíª.
Arder
No poro, no pelo, na pele
De tudo que saia da sua presença;
Doer,
Se ão responde ao recado,
Se ão me dá sua correspondíªncia.
Quem líª
No meu mais í­ntimo plano
Onde é que se esconde vocíª,
Vai ver
Meu coração bater por vocíª.
Vem ver, vem ver
Meu coração bater por vocíª.
Vem me dar carinho,
Vem fazer lelíª,
Vem me dar um cafuné,
Me fazer um chazinho.
Corda que amarrou, cobra que picou,
Sede ão secou, alma desandou.
E leia na minha mão
O seu nome na linha da vida
Que corre atrás de vocíª.
Vem ver, vem ver
Meu coração bater por vocíª.