Dá-me Lume

Jorge Palma
Chegaste com tríªs vinténs
E o ar de quem ão tem
Muito mais a perder
O vinho ão era bom
A banda ão tinha tom
Mas tu fizeste a noite apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Iluminaste o pavilhão da aurora
Com o teu passo inseguro
E o paraí­so no teu olhar
Eu fiquei louco por ti
Logo rejuvenesci
Não podia falhar
Dispondo a meu favor
Da eloquíªncia do amor
Ali mesmo í  mão de semear
Mostrei-te a origem do bem e o reverso
Provei-te que o que conta no universo
í‰ esse passo inseguro
E o paraí­so no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a míºsica acabar
Dá-me lume, ão deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Eu tinha o espí­rito aberto
í€s vezes andei perto
Da essíªncia do amor
Porém no meio dos colchíµes
No meio dos trambolhíµes
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro
E ao paraí­so no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a míºsica acabar
Dá-me lume, ão deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crí­tico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima í  escala mundial
Mas eu ão passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraí­so no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraí­so no teu olhar